12.4.10

não pensei no título

"Os poetas escrevem poesias,
as putas prostituem-se.
As poesias são enviadas para as putas e estas ficam felizes por tal lisonjeio.
Elas esperam grosserias e horas de tédio.
Miram o teto de seu prédio, pois o homem sobre elas não dá nem conta.

Tonta depois de tanto uísque. Ele paga e segue seu rumo.
Ela busca prumo pensando naquela poeta.
Que lhe deu o poema, lhe deu palavras de amor, sem tocar ela.

Ela só pensa nele, reflete sobre ele e sabe que está apaixonada.
A paixão de uma puta por um poeta.
A paixão de um poeta por sua musa que é puta.

Ela reluta em dizer-lhe, mas ele luta para que ela diga.
Para que dali surja alguma paixão, alguma emoção que não seja o sexo frígido prostituído.
Deitam-se sem nenhum ruído e ficam estáticos.
Inertes sobre sua cama.
A cama de vários homens.
A cama de vários poetas.
A cama que por dinheiro é sua por alguns instantes.

Até que surge o beijo.
O desejo dela pelo poeta se mostra.
Agora ela sabe que gosta.
Ele aprende de como ela gosta.

Mas ele sai mais tarde, deixa seu dinheiro sem alarde,
e ali acaba o poema."

Jer.

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