5.4.11

O mesmo cara

"Todo dia eu via o mesmo cara,
na mesma esquina,
sempre correndo no mesmo horário,
e eu no mesmo bar.
Parado,
pensando,
comendo,
farto.

O homem careca,
corre,
segue correndo,
sempre longe do seu horário.
Sem pensar em nada, além do seu atraso.

Funcionário público querendo lustrar seu vaso.
Bebendo dos copos públicos,
mamando nas tetas do governo.

Sérgio era seu nome,
perfeccionista,
perfeito,
pífio.

Pobre careca,
sofreu de velho,
morreu sem nada."

jer.

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