4.8.10

"Meu cabelo ao vento move meu mar de cachos"

"O negro do meu cabelo,
sente o sopro do vento,
move-se em só um movimento,
perde-se sobre minha cabeça ao relento.

Quando molhado é como cimento,
duro feito pedra.
Quando seco cheira que nem merda,
fétido como a morte.

Não sei o que é sorte,
se meu cabelo é bom ou ruim,
só sei que nasci assim,
infelizmente ele veio sobre mim.

Tarde da noite, eu o mergulho no perfume,
que cheira estrume.
Vindo do mais alto cume,
redundante, errante, itinerante cheiro ruim.

Só sei que nasci assim,
sentindo meu cabelo ao vento movendo meu mar.
Mar de cachos sem fim,
até o fedor acabar."

jer.

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